Governo quer premiar municípios com bom atendimento do SUS

01/03/2012 17:47

Governo quer premiar municípios com bom atendimento do SUS

Ministro pretende usar índice de avaliação como parâmetro para convênios.
Cidades com baixo desempenho receberão atenção específica, disse.

 

Tai Nalon Do G1, em Brasília

 
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O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante divulgação de resultados de índice do SUS (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
 
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante
divulgação de resultados de índice do SUS
(Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou nesta quinta-feira (1º) que o governo federal pretende premiar municípios com melhor desempenho no Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (SUS), o IDSUS.

"O índice do SUS será um parâmetro para os contratos do Ministério da Saúde com os estados e municípios", disse o ministro durante lançamento do IDSUS 2012. Dessa forma, segundo ele, o ministério quer priorizar repasses a localidades que tiveram notas mais altas no índice do governo.

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A ideia é produzir metas locais, por estado ou município, que serão estabelecidas no momento em que os convênios forem firmados. "Dentro dos contratos que o Ministério da Saúde quer estabelecer, [o IDSUS] será um indicador para a melhoria [da estrutura das localidades]", disse o ministro. "Quem melhorar o seu desempenho merece receber mais recursos."

Disse também que os municípios que tiverem baixo desempenho segundo a avaliação do governo devem ser contemplados com atenção específica. Não existe, segundo ele, meta nacional a ser alcançada, mas melhorias específicas para cada perfil regional. "O retrato do IDSUS é o retrato da desigualdade entre os serviços de alta e menor complexidade no país. O Brasil ainda é muito desigual", disse.

Índice
Com pontuação que vai de 0 a 10, o índice, lançado nesta quinta pelo governo, faz aferições levando em conta dados sobre saúde básica, ambulatorial, hospitalar e de emergência repassados pelos municípios a bases de dados nacionais (IBGE, Ipea, entre outros) entre 2008 e 2010 (veja aqui a lista dos indicadores que integram o índice).

Ao gerar a nota, o ministério leva em conta o acesso aos serviços do SUS e se esses serviços são prestados em sua totalidade. Esses critérios, ponderados, resultam na nota final.

Arte IDSUS 2012 VALE ESTE (Foto: Editoria de Arte/G1)

O índice revelou que somente somente 1,9% da população brasileira vive em municípios cujos serviços públicos de saúde têm notas que alcançam a meta estipulada pelo Ministério da Saúde. São, no total, 3,6 milhões de pessoas residentes nas 347 cidades com nota acima de 7,0.

A maior parte da população (46,5%, ou 88.673.765), segundo os dados da Saúde, vive em municípios com índices de 5 a 5,9 - notas consideradas regulares; 24,5% dos brasileiros, ou 46,6 milhões vivem em localidades com notas entre 6 e 6,9; e 45,9 milhões (24,1%) estão em localidades cuja nota está entre 4 e 4,9.

A região com maior pontuação foi o Sul, com 6,12. O Sudeste teve nota 5,56; o Nordeste, 5,28; e o Centro-Oeste, 5,26. Por último ficou a região Norte, com 4,67.

Maiores e menores
Ao ranquear os municípios, o ministério os dividiu em seis grupos, de acordo com perfis socioeconômico e de estrutura de saúde. De acordo com o critério adotado pelo ministério, nos grupos 1 (29 municípios) e 2 (94 municípios), estão as cidades mais ricas, com estruturas de saúde pública mais complexas; nos grupos 3 (632 municípios) e 4 (587 municípios), estão as cidades com pouca estrutura de média e alta complexidade; e, nos grupos 5 (2.038 cidades) e 6 (2.183), as cidades menores, com pouco ou nenhum atendimento especializado.

Dos seis mais bem colocados por grupo, cinco são do Sudeste e um do Sul. Segundo o IDSUS 2012, os municípios com as maiores notas por grupo são Vitória (ES), com 7,08, no Grupo 1; Barueri (SP), com 8,22, no Grupo 2; Rosana (SP), com 8,12, no Grupo 3; Turmalina (MG), com 7,31, no Grupo 4; Arco-Íris (SP), com 8,38, no Grupo 5; e Fernandes Pinheiro (PR), com 7,76, no Grupo 6.

Entre os piores índices por grupo, há duas cidades do Sudeste, três do Norte e uma do Nordeste: Rio de Janeiro, no Grupo 1, com nota 4,33; São Gonçalo (RJ), no Grupo 2, com 4,18; Colorado do Oeste (RO), no Grupo 3, com 3,65; Novo Repartimento (PA), no Grupo 4, com 2,56; Cujubim (RO), no Grupo 5, com 3,20; e Pilão Arcado (BA), no Grupo 6, com 2,50.

Veja abaixo a lista dos dez municípios com as maiores notas e dos dez com as menores notas em cada grupo: