Reunião entre governo e sindicatos de PMs termina sem avanço, diz OAB

07/02/2012 17:10

 

Reunião com arcebispo de Salvador (Foto: Divulgação/Secom)Reunião sobre greve conta com presença de Dom
Murilo Krieger 

Após seis horas de tentativa de negociação entre sindicatos de PMs e governo, reunião termina sem avanços, na tarde desta terça-feira (7). A informação foi confirmada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros.

"As negociações foram interrompidas depois de 24h, não chegamos a evoluir. A mesma proposta apresentada agora foi a do início da manhã. Lamentavelmente não chegamos a uma negociação", disse.

  O encontro aconteceu na Residência Episcopal do arcebispo de Salvador e primaz do Brasil Dom Murilo Krieger, que participou efetivamente da tentativa de negociação.

Desde a segunda-feira (6), Dom Murilo Krieger, atua na intermediação entre os interesses do governo e de entidades sindicalistas dos policiais militares grevistas.

A reunião é formada pelo presidente da OAB da Bahia, Saul Quadros; o secretário da Casa Civil, Rui Costa; o secretário da Administração do Estado, Manoel Vitório; o comandante geral da PM, Cel. Valter Medeiros, Rui Moraes da Procuradoria Geral do Estado e os representantes das associações dos policiais: APPM, Associação da Força Invicta, Associações de Jequié e Itaberaba.

De acordo com a Arquidiocese, as entidades apresentam os pontos deliberados na primeira reunião a membros das bases e o objetivo agora é que esses representantes retornem com as impressões e avaliações dos sindicalistas. A Arquidiocese reitera que Dom Murilo se colocou à disposição tanto para o governo quanto para os sindicalistas.

 

Em relação à proposta que tem sido discutida nos encontros, o governo afirma que, na reunião de segunda, apresentou o cronograma para pagamento escalonado da Gratificação de Atividade Policial (GAP) IV e V.

Proposta do governo


Wagner afirmou também estar disposto a conceder o pagamento da Gratificação de Atividade Policial (GAP) de nível 4, a principal exigência do movimento, mas diz não ter recursos para que o pagamento seja feito imediatamente.O governador da Bahia, Jaques Wagner, afirmou na manhã desta terça, em entrevista ao Bom Dia Brasil, que asnegociações para o fim da greve dos policiais militares no estado avançamdesde a tarde de segunda-feira, quando tropas do Exército e da Força Nacional cercaram a Assembleia Legislativa, em Salvador, onde os grevistas estão abrigados.

A proposta levantada por ele é de que o valor da gratificação seja pago de forma diluída ao longo dos três próximos anos. Atualmente, os policiais recebem a gratificação de nível 3 e o salário do soldado varia entre R$ 1.900 e R$ 2.300.

“Nós, ao longo de cinco anos, concedemos 30% de aumento real. E eu tenho limite na folha. As negociações são em torno desse valor, da chamada GAP 4 e eventualmente até da GAP 5, mas evidentemente isso terá que ser partilhado ao longo de 2013, 2014 e até 2015. Se for para pagar alguma coisa imediatamente agora, não há menor espaço, porque eu não tenho espaço fiscal para fazê-lo", afirmou o governador.

Negociações

 

 Segundo ele, as negociações para o fim da paralisação começaram às 16h30 de segunda e se estenderam até as 2h desta terça-feira. As conversas para o fim do movimento devem ser retomadas nesta manhã, a partir das 10h.

"Eu posso lhe garantir que uma negociação que começou às quatro e meia da tarde e se estendeu até as duas e meia da manhã, é um ótimo sinal. Quando as coisas não andam, as negociações se interrompem rapidamente", disse. "A extensão da reunião é um sinal de que estamos no caminho de encontrar uma saída negociada”, acrescentou.

 

Anistia

Conceder anistia seria um salvo-conduto (para atos criminosos).", afirmou."O meu chamamento é aos profissionais da segurança pública, que não deixem a população a descoberto. A nossa missão é a missão de garantir a segurança pública e nós devemos fazê-lo mesmo em momentos em que a gente está pedindo maior salários. Eu insisto que o Carnaval está chegando, nosso interesse é que rapidamente se bata o martelo na mesa de negociação e eu tenho convicção de que isso vai acontecer", acrescentou Wagner.O governador descartou conceder anistia aos grevistas que realizaram o que chamou de “atos criminosos”, mas minimizou os atritos com o que chamou de “profissionais da segurança pública”, procurando convocar os PMs a "garantir a segurança da população durante o Carnaval". "Anistia se concede em um regime de exceção e de guerra, e estamos em uma democracia.