O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse aos americanos em discurso nesta terça-feira (1º) que o objetivo de derrotar a Al-Qaeda está agora "ao nosso alcance", mais de uma década depois dos atentados de 11 de setembro.
Em discurso ao público americano durante a visita surpresa ao Afeganistão, Obama declarou: "o objetivo de derrotar a Al-Qaeda e impedir que ela volte está agora ao nosso alcance".
O presidente também disse saber que muitos norte-americanos estão cansados da guerra, mas salientou que era preciso "terminar o trabalho" e acabar com o conflito afegão de forma responsável.
"Eu não vou manter os americanos em perigo um único dia além do absolutamente necessário para a nossa segurança nacional. Mas devemos terminar o trabalho que começamos no Afeganistão, e acabar com essa guerra de maneira responsável", disse.
O presidente americano fez um novo apelo aos insurgentes talibãs para avançar com conversas de reconciliação. Segundo ele, o "caminho da paz" está diante dos talibãs, que podem ser parte do futuro se "romperem com a al-Qaeda."
Obama chegou ao Afeganistão em uma visita não anunciada nesta terça-feira (1º) para assinar um acordo estabelecendo as futuras relações dos EUA com o país.
A viagem a Cabul, a princípio mantida em segredo por medida de segurança, ocorre no primeiro aniversário da morte do fundador da al-Qaeda, Osama bin Laden. Ele foi morto em 1º de maio de 2011 em Abbottabad, no vizinho Paquistão.
A presença de Bin Laden no Afeganistão justificou a invasão americana em outubro de 2001, um mês depois dos atentados de 11 de setembro.
Obama deve fazer um discurso televisionado para os Estados Unidos ainda nesta terça-feira às 20h30 (no horário de Brasília), segundo fontes oficiais.
O presidente americano afirmou que o Afeganistão tem dias difíceis pela frente, mas que o povo afegão vai passar a controlar seu próprio futuro. "Os saldos da guerra foram grandes para ambas as nossas nações", disse, acrescentando que espera um futuro de paz.
Obama e o presidente afegão, Hamid Karzai, apertaram as mãos após a assinatura do acordo no palácio presidencial, em Cabul.
O acordo de parceria estratégica entre EUA e Afeganistão estabelecerá condições para que os Estados Unidos se mantenham presentes no país mesmo após 2014, que é o prazo estabelecido para a retirada da maior parte das tropas de combate da Otan.
Fontes oficiais disseram à Reuters que o presidente não vai tomar decisões específicas sobre a retirada de forças americanas do Afeganistão até pelo menos setembro de 2012.
Documento
O acordo estratégico assinado pelos presidentes na noite desta terça prevê a possibilidade de que soldados americanos permaneçam em território afegão depois da retirada das forças de combate em 2014, segundo a Casa Branca.
Esse acordo não contempla bases militares permanentes no Afeganistão, mas o país se compromete a dar "acesso e a permitir que forças americanas atuem até 2014 e depois desta data". Prevê a possibilidade de que as tropas dos Estados Unidos permaneçam no Afeganistão depois de 2014 para treinar forças afegãs e combater membros da Al-Qaeda, segundo um comunicado.
A mesma fonte informa que "os Estados Unidos nomearão o Afeganistão como aliado maior não-membro da OTAN", um status já concedido a países como o Bahrein.