Explosões no Congo matam cerca de 200 pessoas, diz governo

04/03/2012 23:20

Explosões no Congo matam cerca de 200 pessoas, diz governo

Segundo o exército, explosões aconteceram em depósito de armas.
Incidente destruiu prédios na capital, Brazzaville, diz governo do país.

 

Do G1, com agências internacionais

 
 
Fumaça ergue do incêndio em um depósito de armas em Brazzaville, na República do Congo (Foto: Marc Hofer/AFP)
 
Fumaça ergue do incêndio em um depósito de armas em Brazzaville, na República do Congo (Foto: Marc Hofer/AFP)

Cerca de 200 pessoas foram mortas e muitas outras estão feridas após uma série de explosões em Brazzaville, a capital do Congo, segundo uma autoridade sênior do governo, citando fontes de hospitais.

Mapa República do Congo (Foto: Editoria de Arte/G1)

"De acordo com fontes do hospital central, nós estamos falando de cerca de 200 mortos e muitos feridos", afirmou Betu Bangana, chefe protocolar do gabinete presidencial, à Reuters pelo telefone.

As explosões destruíram vários prédios. Informações iniciais da agência de notícias France Presse citando uma fonte diplomática europeia falavam em pelo menos 150 pessoas mortas e outras 1.500 feridas por causa das explosões.

Incêndio
De acordo com a mídia local, a explosão aconteceu durante um incêndio em um depósito de armas em uma base do exército localizada no norte da capital, no bairro Mpila.

Segundo a agência de notícias Associated Press, um oficial do exército confirmou que o depósito explodiu neste domingo.

Testemunhas afirmaram que o impacto das explosões chegou a abrir as portas de casas no centro de Brazzaville. O incidente fez com que residentes da região norte da cidade fugissem para o sul.

As chamas do incêndio eram vistas de Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, que fica do outro lado de um rio que separa os dois países.

"Vi uma pessoa com os intestinos para fora, sendo carregada para o hospital. Ela tinha sido atingida por uma bomba," disse uma testemunha à Reuters, quando estava saindo da área da explosão.

Uma igreja próxima ao local e que estava lotada de fiéis desabou, disse uma testemunha.

Incêndio em depósito de armas em Brazzaville, na República do Congo, pode ser visto desde Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (Foto: AP)
 
Explosões deixaram mortos em Brazzaville (Foto: AP)

Cadáveres, muitos queimados ou com partes do corpo faltando, foram carregados para o necrotério principal da cidade, disse um repórter da Reuters que estava do lado de fora do prédio. Autoridades presentes ao local disseram que já tinham contado 136 corpos até o meio da tarde.

Muitos outros corpos ainda estavam espalhados pelo local da explosão, disse um soldado. Parentes dos mortos se reuniram na frente do hospital chorando aflitos, enquanto outros vinham em busca de familiares que estavam perdidos no meio do caos.

"Algumas pessoas ainda estão presas nas suas casas... Dizem que todo o bairro de Mpila foi destruído", disse Bangana.

Os governos do Congo e da República Democrática do Congo pediram calma à população.

O ministro da Defesa da República do Congo, Charles Zacharie Bowao, rapidamente descartou qualquer boato de atentado de golpe de Estado ou motim, e disse à radio estatal que as explosões foram resultado de um incêndio no depósito de armas na base militar Regiment Blinde, perto do centro da cidade.

Moradores fugiram rapidamente de Mpila, normalmente um bairro densamente povoado, à medida que uma série de explosões menores sacudia o local, disse uma testemunha à Reuters. Uma coluna de fumaça cinza ainda pairava sobre a cidade horas depois da explosão, quando um helicóptero militar sobrevoou a área.

Incêndio em depósito de armas em Brazzaville, na República do Congo, pode ser visto desde Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (Foto: AP)
 
Incêndio em depósito de armas em Brazzaville, na República do Congo, pode ser visto desde Kinshasa, capital da República Democrática do Congo (Foto: AP)

O repórter disse que a base e o bairro vizinho pareciam uma zona de guerra. Muitos edifícios estavam destruídos, queimados ou muito danificados e algumas labaredas ainda podiam ser vistas entre os escombros.

A TV local entrevistou médicos dizendo que eles precisavam fazer uma triagem para decidir quem seria operado primeiro. Ela também transmitiu um apelo para que todo o efetivo médico da cidade se apresentasse para trabalhar.

Uma missa na catedral de Brazzaville a cerca de 4 km de distância foi abandonada quando o edifício começou a tremer.

A República do Congo, país produtor de petróleo, tem sofrido com golpes de estado e uma guerra civil desde a sua independência da França, em 1960. Porém desde que o Presidente Denis Sassou-Nguesso assumiu o poder num golpe de estado em 1997, tem vivido um período relativamente pacífico.

O assessor presidencial Bangana disse que Sassou-Nguesso não foi ferido pelas explosões.

Lojas em Kinshasa, do outro lado do rio, sofreram impacto das explosões (Foto: Junior D. Kannah/AFP)
 
Lojas em Kinshasa, do outro lado do rio, sofreram impacto das explosões (Foto: Junior D. Kannah/AFP)
Lojas em Kinshasa, do outro lado do rio, sofreram impacto das explosões (Foto: Junior D. Kannah/AFP)
 
Lojas em Kinshasa, do outro lado do rio, sofreram impacto das explosões (Foto: Junior D. Kannah/AFP)

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