Pesquisas na Antártica podem continuar em dois navios, diz Raupp

01/03/2012 18:00

Pesquisas na Antártica podem continuar em dois navios, diz Raupp

Segundo ministro, navios da Marinha podem ser usados provisoriamente.
Ele disse que pasta acompanhará reconstrução de base na Antártica.

 

Do G1, em Brasília

 
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O ministro Marco Antônio Raupp durante reunião sobre a base da Antártica (Foto: Natalia Godoy / G1)
 
O ministro Marco Antônio Raupp durante reunião
sobre a base da Antártica (Foto: Natalia Godoy /
G1)

O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp, afirmou nesta quinta-feira (1º) que dois navios da Marinha poderão ser utilizados provisoriamente para a manutenção das pesquisas na Estação Antártica Comandante Ferraz, atingida por um incêndio no último fim de semana que deixou dois militares mortos.

Raupp disse que as embarcações Almirante Maximiano, que está funcionando, e Ary Rongel, que está em manutenção, serviriam para o prosseguimento das pesquisas até a reconstrução da base. “Porque não utilizar essas embarcações e estacioná-las o mais perto possível e começar a operar equipamentos científicos?”, propôs o ministro.

Raupp se reuniu pela primeira vez com pesquisadores de universidades e representantes de institutos de trabalhos científicos desenvolvidos na Estação Antártica Comandante Ferraz para falar de ações de continuidade ao Programa Antártico Brasileiro (Proantar).

O ministro da Defesa, Celso Amorim, afirmou após o incênio que a previsão é de que a base seja reconstruída em dois anos.

De acordo com Raupp, nem toda a base foi atingida, como o Instituto de Pesquisas Espaciais (Inpe), que “teve a sorte de os seus três módulos não terem sido destruídos”, afirmou o ministro.

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Segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, existem ainda outros módulos que estão localizados fora da estação Comandante Ferraz.

“A primeira questão que tem que ser pensada é como que a gente mantém essas estações que estão dentro e fora funcionando. As que estão fora, como exemplo do laboratório de hidrogenia, que está no centro da Antártica, tem sustentação energética, tem painéis solares, captando a energia do sol e geradores eólicos, lá tem muito vento. Essa estação é perfeitamente sustentável em termos energéticos. Por que não construir mais estações como essa, que pode ser construída com uma relativa rapidez?”, disse o ministro.

“É uma série de ideias do ponto de vista da gestão do programa científico que tem que ser operacionalizadas", afirmou. Ele disse que a equipe do MCT vai coletar informações do que eles podem fazer e ver se a Marinha tem condições de implantar esses sistemas para reconstrução da base em condições mais seguras e duradouras.

Novembro
Nesta quarta, o contra-almirante Marcos José de Carvalho Ferreira, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar, responsável por gerenciar o Programa Antártico Brasileiro, afirmou que a intenção do governo brasileiro é reiniciar parte dos trabalhos de pesquisa na base já no próximo verão antártico, que começa em novembro.

"A ideia inicial é construir uma estrutura, que não é a estação, mas que são módulos antárticos iniciais que possam no próximo verão abrigar pesquisas, abrigar o pessoal da Marinha com segurança, e também servir de canteiro de obras porque precisamos ter mais gente lá para preparar todo o terreno lá e termos gente para construir a nova estação", afirmou o almirante.

Segundo ele, o trabalho de reconstrução da base tem início em ações tomadas em Brasília.